sábado, 15 de agosto de 2009

Homenagens emocionadas a Wilson Simonal e Dona Ivone Lara reúnem estrelas da MPB

13/08/09 - O Dia Online

Rio - Uma noite de muitas estrelas homenageando dois grandes nomes da música brasileira. Na terça-feira, no Vivo Rio, um time de respeito prestou tributo a Wilson Simonal na gravação do CD e DVD com sucessos do saudoso cantor. No Canecão, Dona Ivone Lara também dividiu o palco com uma turma de primeira para realizar seu primeiro CD e DVD.

Com direção musical e produção dos filhos do homenageado, Max de Castro e Simoninha, o ‘Baile do Simonal’ (EMI)foi o primeiro tributo ao artista depois do lançamento de ‘Simonal — Ninguém Sabe o Duro que Dei’, do ‘casseta’ Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. Há 13 semanas em cartaz, é o documentário nacional mais visto do ano, com mais de 70 mil espectadores, e mostra como Simonal, sucesso nos anos 60, foi banido da história da música brasileira ao ser acusado de informante da ditadura militar.

“Estou muito orgulhoso de participar da possibilidade de trazer o Simonal de volta ao convívio artístico”, disse Claudio Manoel. “ Quem assistiu ao filme viu o artista grande que o Simonal era, o carisma que ele tinha e o principal, o quanto ele é contemporâneo.”

No show, 16 nomes de peso, além dos dois filhos do cantor. Caetano Veloso, que antes passou na gravação do DVD de Dona Ivone Lara, cantou ‘Remelexo’. “A canção é minha, a letra é minha, o Simonal lançou numa gravação espetacular. Ele cantou tão bem e eu cantei tão mal”, desculpou-se Caetano, antes de repetir a música.

Mas quase todo mundo teve que gravar duas vezes (Mart’nália fez ‘Mamãe Passou Açúcar em Mim’ três vezes), menos Rogério Flausino, do Jota Quest, o que fez com que o show, que começou às 22h, acabasse por volta de 1h30. Isso, porém, não desanimou o público, que cantou e acompanhou com palmas.

Todos entraram no clima. Marcelo D2 e Seu Jorge — no estilo Sammy Davis Jr. — vestiram terninho de época. Flausino amarrou a gravata na cabeça, como Simonal fazia com a faixa. Frejat estava a caráter para cantar ‘Vesti Azul’. Sandra de Sá fez ‘Balanço Zona Sul’ e lembrou o documentário: “Naquela ‘parada’ do Maracanãzinho, no filme, eu estava na arquibancada”, contou ela, sobre o antológico show de Simonal para 15 mil pessoas. A noite ainda teve Maria Rita, Paralamas, Alexandre Pires, Samuel Rosa (Skank), Péricles e Thiaguinho (Exaltasamba), Ed Motta, Fernanda Abreu e Orquestra Imperial.

No ‘miudinho’ de Dona Ivone

Dona Ivone Lara mostrou até samba no pé na gravação de seu 1º CD/DVD, ‘Canto de Rainha’ (Universal), com Caetano, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Bruno Castro e Délcio Carvalho, que será lançado em novembro. Aos 88 anos, ao lado de Zeca e Arlindo, levantou-se da cadeira — que usa para descansar — e sambou no ‘miudinho’. O público foi ao delírio. Com Caetano, cantou ‘Força da Imaginação’; com Beth, dividiu ‘Sonho Meu’, uma das poucas da Dama do Samba não gravadas por ela.“Adoro Dona Ivone”, disse. “Claro! Você foi a que mais gravou música minha”, brincou a anfitriã, que não queria terminar o show e ainda repetiu com a Velha Guarda do Império Serrano ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’, seu primeiro samba enredo, de 1965.

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