domingo, 23 de setembro de 2012

Maria Rita redescobre Elis Regina no Teatro Feevale

Jornal NH


Show terá clássicos como Fascinação e Como Nossos Pais
Tuani Mallmann/Da Redação
 
Depois de rodar o Brasil e encantar mais de 270 mil pessoas com o espetáculo Redescobrir, Maria Rita desembarca amanhã em Novo Hamburgo como uma das atrações principais da agenda de comemorações de um ano do Teatro Feevale. O show é uma homenagem à Elis Regina e inclui os maiores sucessos da cantora como Fascinação, Como Nossos Pais, Tatuagem e Saudosa Maloca. A turnê do projeto está em andamento desde o final do ano passado, em alusão aos 30 anos de morte da eterna Pimentinha.
Já consagrada como uma das grandes vozes da música brasileira, Maria Rita encara agora a difícil missão de manter as tradições de sua mãe vivas. Em conversa com o Jornal NH, a cantora afirmou que esse era o momento certo para iniciar o trabalho. “A vontade de homenageá-la sempre existiu, mas o momento é que nunca parecia ser o certo”, explica ela. E, para que o espetáculo fosse realmente uma redescoberta, a cantora realizou uma vasta pesquisa de repertório e pensou em todos os detalhes de roteiro, figurino e cenário. “Sinto que Elis Regina faz parte do inconsciente coletivo do brasileiro, mas o que eu tiver que fazer para manter essa chama viva, eu farei - e já faço”, completa ela.

Entrevista

Jornal NH – Já consagrada como uma das grandes vozes da música brasileira você decidiu fazer essa homenagem à sua mãe. Como surgiu essa ideia e qual a importância desse passo na tua carreira?
Maria Rita - A vontade de homenageá-la sempre existiu, mas o momento é que nunca parecia ser o certo. Depois de 10 anos, com alguma história contada, com minha percepção da maturidade do público em aceitar as diferenças e semelhanças entre mim e minha mãe, e sendo este o ano 30 de sua partida, o momento enfim chegou.

Jornal NH – Qual é o peso desse espetáculo pra ti? Tu acha que enquanto as pessoas assistem ao Redescobrir elas ficam te comparando com Elis?
Maria Rita - Não me preocupo com isso. Se o fizerem de maneira natural, melhor. Se o fizerem para descarregar negatividade, então nem precisam ir ao show.

Jornal NH – A resposta do público com o espetáculo tem sido muito boa. Tu sentes que está reavivando a “chama Elis” na cultura do País?
Maria Rita - Para algumas gerações, sim. Até mesmo, quando lancei meu primeiro disco, a venda de discos da minha mãe aumentou. Essa curiosidade construtiva é um grande presente. Mas ainda sinto que Elis Regina faz parte do inconsciente coletivo do brasileiro. O que eu tiver que fazer para manter tal chama viva, eu farei - e já faço.

Jornal NH – Esse show percorreu diversas cidades do Brasil, sempre com lotação máxima e em lugares abertos ou muito grandes. Qual tua expectativa para a apresentação no aniversário do Teatro Feevale?
Maria Rita - Procuro não gerar expectativas, jamais. Tenho pra mim que esse tipo de relação com o palco é prejudicial para o espetáculo, porque tira a espontaneidade, além de ser um pouco prepotente se pensarmos que uma expectativa já parte do princípio de que algo incrível há de acontecer. Eu só busco a entrega irrestrita em cima do palco. Se, a partir disso, eu conseguir me comunicar com uma pessoa que seja, a meta do meu ofício estará batida.


Uma voz célebre, uma morte precoce

Nascida em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945, Elis Regina Carvalho Costa ficou conhecida a partir de festivais de música brasileiros dos anos 60 e logo conquistou o público com sua voz marcante. Ao cantar Arrastão, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, no festival da TV Excelsior em 1965, foi premiada com o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da televisão. João Marcelo Bôscoli, Pedro Camargo Mariano e Maria Rita são seus três filhos. Elis Regina morreu em 1982, com apenas 36 anos. 

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