No encontro dos foliões do Cordão da Bola Preta, com o trânsito da avenida Presidente Vargas, muita coisa aconteceu. Motoristas se irritavam e se divertiam com os participantes mais exaltados do bloco, que subiam em cima dos capôs, lambiam o vidro do carro, tentando chamar a atenção como podiam.
No meio desses, três homens-aranha se penduraram em um dos ônibus que tentavam escapar do trânsito, causando risos até mesmo nos policiais. "A gente se perdeu dos outros. Ao todo, somos 80 aranhas aqui no Bola Preta", disse Igor Guedes, 25 anos, que liderava o trio.
A poucos metros dali, a professora de Educação Física Gisele Barcelos, 28 anos, apenas observava. "Eu não me jogo naquela muvuca por nada. Prefiro olhar de longe mesmo", afirmou. Pensamento diferente do de Ana Larisse, estudante de 22 anos, recém-saída do núcleo o Bola Preta: "não dá para andar, é muita pegação, mas Carnaval é isso aí, adorei".
Um dos mais antigos blocos de Carnaval do Rio de Janeiro, o Cordão da Bola Preta existe desde 1918 e sai na manhã do sábado de Carnaval pelas ruas do Centro do Rio.
O cordão do Bola Preta é tão cativo e importante que se tornou uma instituição carioca, sendo um dos poucos que tem sede própria para ensaios e saídas.
O bloco surgiu na passagem do ano de 1918 para 1919, e traz no repertório marchinhas como Quem Não Chora Não Mama, que virou o hino da agremiação desde 1961.
Também desfilam sobre o caminhão a Rainha do Carnaval do Cordão do Bola Preta, que este ano é a estudante Flávia Lopes, 23 anos. O bloco não tem camiseta oficial nem fantasia obrigatória, mas muitos foliões usam roupas ou fantasias brancas com bolas pretas. A nova rainha vai desfilar ao lado da madrinha do bloco, a cantora Maria Rita, e da porta-bandeira, a atriz Leandra Leal.
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