"Porto Alegre, 29 de novembro de 2008.
Estou no ônibus, em algum lugar entre Porto Alegre e Caxias do Sul. Este final de semana está particularmente cruel, dada a minha saudade incomensurável do meu filho e, um pouco mais mensurável, da minha própria cama! Muita viagem, muitos shows, o que é incrível, mas estou com saudade do meu filhote... Faz parte.
Mas como esse meu ofício tem mais coisa boa do que coisa ruim, graças a Deus, e eu amo muito o que eu faço, posso garantir que o carinho dos fãs compensam. A satisfação de ver as bocas cantantes, os sorrisos largos facilita, e muito, toda essa confusão! Porque eu tenho certeza que no final das contas eu estou fazendo o que é certo, o que é meu. E trabalho duro, muito duro para dar ao meu filho tudo o que eu sonho para ele: estrutura, saúde, educação. Acho que com o exemplo que eu dou a ele, de trabalhar duro, de ter orgulho do que faz, de ser feliz fazendo o que eu faço, ele poderá se tornar um homem muito bacana... Espero que eu consiga deixar um legado como o que a minha mãe deixou, o que me deixa extremamente orgulhosa. Já pensou? De pensar em meu filho com orgulho da mamãe, fico toda babona! Ah, a vida é bela. É um desafio, mas é um belo desafio...
Estou cansada, com os pés doloridos, com um sono incrível, mas os shows me dão um gás danado. Tiro essa energia toda é desse público, que está participando intensamente do escrever da minha historia. O show de ontem, por exemplo, em Porto Alegre, é bem exemplo disso. Eu estava, como já disse, cansada e com dores no pé (onde a gente pisa com o salto, na sola do pé; não, eu não torci, não façam auê! É só aquela queimação que mulheres bem conhecem, por uso de salto. E não se fala mais nisso!). Mas a minha adrenalina veio forte quando soube que o show seria para público em pé. Veja bem: já havia apresentado o Samba Meu em Porto Alegre em duas outras ocasiões, num total de três apresentações no mesmo Teatro Bourbon. Quando cheguei para a passagem de som, e vi a pista livre, logo perguntei ao Tubarão (meu produtor técnico) onde estariam as poltronas. Ele me disse que o show seria de pé. E eu me apavorei, porque é um teatro grande e já seria a quarta apresentação na cidade... Achei que não fosse dar público, e não tinha idéia do que esperar. Porto Alegre, porém, sempre me dando colo, quase como se eu fosse uma deles: a galera veio em massa, cantando, dançando e fazendo daquela noite um presente para mim.
Que dor no pé, que nada...
E ainda a banda sentiu o calor, se empolgou e acelerou o final da Conta Outra... Quase me atropelaram! Foi incrível! Adoro isso!
Mais intenso foi o show de Pelotas. Eu havia recebido um telefonema do meu irmão, João Marcelo, falando do show que o Fernando Faro está organizando no domingo para ajudar as vítimas das chuvas em Santa Catarina, e eu fiquei bem abalada que eu não poderia ir. É o cansaço falando mais alto. Me frustrou um pouco, por motivos que não vem ao caso agora, mas eu fiquei abalada, e cheguei na passagem de som cabisbaixa (o cansaço aumenta tudo, né?). Estava desanimada, mas foi só o show começar que eu me energizei. É como colocar o celular pra carregar, saca? Meu palco é meu carregador... hehehehe
E agora estou indo em direção a Caxias do Sul... Fui dormir tarde (3 da manhã), acordei cedo para arrumar a mala (8 da manhã), e agora estou aqui, no ônibus... Louca pra dormir, não vou negar.
Mas mais louca ainda para ver o que é que Caxias vai me aprontar...
Bjobjo, Paz
MR
PS.: Não esqueçam do show do Fernando Faro, no Anhembi, galera de São Paulo... Me dêem esse orgulho..."
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OBS: postagem de número 100!!!
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