quinta-feira, 26 de março de 2015

'Nada pode preencher a falta que sinto da minha mãe', diz Maria Rita


GUILHERME SCARPA
23.03.2015 
13h42m



Maria Rita sempre quis cair no samba, mas tinha uma certa insegurança. “Até que um belo dia, a Mart’nália me pegou pela mão e me chamou para cantar ‘Cara valente’ num show dela”, diz a cantora, que acaba de lançar mais um trabalho dedicado ao ritmo, uma edição especial do CD “Coração a batucar”. 

“A paixão sempre existiu, desde criança. Mas era algo quase intocável. O Arlindo Cruz também me deu uma bronquinha: ‘Para de respeitar tanto o samba!’”, relembra , às gargalhadas. 

Aos doze anos de carreira, Maria — é assim que ela prefere ser chamada, só a família a trata como Rita — sabe bem o quanto caminhou para chegar até aqui. “Me lançar cantora interpretando músicas da minha mãe seria um caminho fácil, quase uma sacanagem. Com ela e comigo”, analisa. Por isso, só em 2012 Maria Rita topou revisitar o repertório de Elis.

“A falta da minha mãe é uma gaveta que carrego. Está vazia, e nada pode preenchê-la. Às vezes, sangra, dói”, confessa a cantora, que está passando a limpo a trajetória de Elis por causa da biografia “Nada será como antes”, que vai ser lançada nesta segunda-feira, na livraria Bossa Nova e Companhia, no Beco das Garrafas. 

“Eu a autorizei sem ler porque conheço a seriedade do autor”, diz ela, que é radicalmente contra as biografias não autorizadas. “Não é qualquer Zé da esquina que vai escrever sobre mim e a minha família. É preciso ter muita confiança”.

Foto: Vicente de Paulo

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