terça-feira, 30 de outubro de 2012

A redescoberta musical de Maria Rita, filha de Elis Regina

Diario de  Pernambuco

Do Rio de Janeiro, nossa repórter contou como foi o lançamento do novo material de trabalho

Fernanda Guerra.

Maria Rita compilou canções conhecidas na voz da mãe, Elis. Crédito: Fernanda Guerra/DP/D.A. Press


Exibindo a barriga de oito meses de gravidez, Maria Rita cumpriu o penúltimo compromisso profissional na tarde desta segunda-feira, antes da pausa para descanso e nascimento do segundo filho - o último evento será, nesta terça-feira. Em coletiva de imprensa, a cantora discorreu sobre o lançamento do CD duplo e DVD Redescobrir, que chega às lojas no dia 6 de novembro. A versão em blu-ray será lançada em janeiro.

Fruto da turnê nacional iniciada no ano passado com o projeto Viva Elis, no qual presta homenagem inédita à mãe, Elis Regina, a gravação foi feita no Credicard Hall, em São Paulo, em agosto. “Confesso que relutei um pouco para fazer a gravação. Me preocupo muito com o sensacionalismo. Isso de ter que honrar a arte da família. Mas, a partir do momento em que entendo a dimensão do projeto, não posso me dar ao luxo de ficar com receio”, relata a cantora, cujo pai é o pianista César Camargo Mariano, e os irmãos, João Ronaldo Bôscoli (produtor e idealizador do projeto) e o cantor e compositor Pedro Mariano.

O apelo das redes sociais impulsionou a gravação. Elogios de quem viu ou perdeu os shows – assistido por mais de 300 mil pessoas. No Recife, as apresentações aconteceram em abril, no Parque Dona Lindu, e em julho, no Chevrolet Hall. “A intenção do projeto foi reapresentar Elis Regina, que está no inconsciente coletivo do país”, resumiu a cantora. A experiência, avalia Maria Rita, conferiu-lhe maturidade vocal, pois ela teve de lidar com precisão em graves e agudos, por vezes, em uma mesma música. “O tom da minha mãe não é o mesmo que o meu. Ela tinha um agudo alto”, observou.
 
Maria Rita assinou a direção geral e foi acompanhada por Tiago Costa (piano e teclado), Sylvinho Mazzucca (baixo acústico e elétrico), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria). “Eu tenho uma imaturidade profissional de não conseguir passar o palco para outra pessoa”, ela diz sobre a questão de concentrar a direção – uma constante nos shows da cantora. Para formular o projeto, ela pré-selecionou 65 músicas. Delas, 29 canções entraram no roteiro, entre composições de Milton Nascimento, Tom Jobim, Rita Lee, João Bosco e Aldir Blanc.

No DVD, as lágrimas foram mais controladas em Se eu quiser falar com Deus. As câmeras captaram detalhes de gestos e expressões faciais que denotam a interpretação crítica e emotiva, a exemplo de Imagem, Arrastão e Como nossos pais, (com direito à tapa na cara).

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