quarta-feira, 18 de julho de 2012

Lembranças marcam show de Maria Rita em Natal

DN On Line
De Juliska Azevedo para o Diário de Natal


Elis Regina está viva. Trinta anos após a despedida que parou São Paulo, em um velório de filas quilométricas, ela mostrou-se viva e pulsante. E não poderia ser por meio de ninguém melhor do que sua filha, Maria Rita, e seus fãs de todas as idades, que lotaram o Teatro Riachuelo em uma noite de domingo para um tributo à pimentinha, no show Redescobrir. Quase duas horas e meia de música, homenagem e muita conversa de Maria Rita com os fãs, sobre a viagem de descoberta da mãe e de sua música eternizada.

O atraso de cerca de duas horas para o início do espetáculo não quebrou o envolvimento entre a cantora e o público. Falante no palco, Maria Rita contou a história de sua mãe e a sua, que se encontram em vários momentos, apesar de só terem convivido por cinco anos. Para compensar a espera, os presentes tiveram quase duas horas e meia de show - e um bis que trouxe quatro músicas, aberto com Fascinação.

Maria Rita, trajada com um vestidão túnica, branco reluzente, e mais tarde com um prateado, arrebatou o público quando explorou a rouquidão e o sobe e desce de tom com a interpretação de Como os nossos pais, terceira música do espetáculo, primeira a fazer o público cantar junto. Foi quando parou para contar o porquê do projeto. "Essa viagem passa pela filha, pela cantora, que fica cantando canções que tem que ter uma certa coragem para cantar. O presente muito grande vem pela confirmação da grande artista que ainda é Elis Regina. Minha mãe não tinha noção do tamanho que ela tinha".

Elis poderia não ter. Mas casais de todas as idades, avôs, netos, mães e jovens que cantaram (e dançaram) juntos, tinham. E fizeram coro à sequência com Águas de Março, Saudosa Maloca, Vou deitar e rolar, O Bêbado e o Equilibrista - com direito a comentários de Maria Rita sobre a atuação política de Elis, na época da ditadura. "Essa música traz o foco a um traço muito latente da personalidade da minha mãe, que era a consciência política, a artista guerreira que ela era".

Lágrimas

Duas músicas foram destacadas por Rita como as que sente que seu universo se encontra com o da mãe: Essa Mulher e Se eu quiser falar com Deus. Foi quando a artista chorou no palco. O show teve ainda Alô, alô Marciano, Doce Pimenta, Maria Maria, Romaria, Madalena. A graça e a provocação de Elis têm herdeira. Para alegria e deleite dos eternos fãs.

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