quarta-feira, 11 de julho de 2012

Elis e a Graça em Maria.

Blog Pedro Lins

Foto montagem e texto de Pedro Lins



"São as águas de março fechando o verão é a promessa de vida no seu coração”

Me recordo de quando aprendi a ler, ou de fato tocar esta música vendo sua partitura e o quanto era desistente a minha vontade ao tentar toca-la.

Uma musica linda, porem quando eu empregava minha voz e meus acordes tudo parecia faltar, tudo se tornava tão obvio e quando Jobim e Elis cantavam tudo era tão completo! (Sem mencionar que Tom é Tom e Pedro é Pedro.)

A complexidade dos dois ao recitarem tais versos era de amolecer os lábios de tão emocionante e harmônica que esta canção é.

Tanto que em minhas mil tentativas pulei, repulei de musica e partitura até perceber que todas as musicas aonde Jobim colocava sua voz e suas mãos seria complexa.

Tanto que até mesmo “Ângela”, “Chovendo na roseira” eram “piores” no sentido de aprendizado.

Fechei-me no quarto e meses ao treinar esta canção fui toca-la de forma decorada de olhos fechados e mesmo assim aquilo tudo não me era completo.

Hoje, passando os canais num domingo “sombrio” de poucos programas interessantes, poucas notícias interessantes por hora vejo uma reprise de um programa aonde Maria Rita (Filha de Elis) e Lenine cantam e tudo se faz completo.

Retomo a pensar nas dádivas, nos dons nas harmonias aonde a vida se faz presente na musica.

Musica não é musica por si, musica não é musica por somente harmonicamente ser entoada pelas mãos de quem o sabe.

A musica respira por si só, a musica é musica por sua “milenariedade” pelas mãos divinas que a acompanham.

A música é musica por que até mesmo as ondas do mar misturam-se com o vento formando uma única sinfonia, que por ora entendo ser “shuá, shuá”.

Penso em Elis vendo Maria cantar “São as águas de março” e então festa no céu será por este dom, por este espírito musical, por essa mão de deus ser presente.

Amém!

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