quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Apressada, cantora Maria Rita registra show em estúdio

Agência de Notícias - Jornal Floripa - 28/09/2011


Já nas despedidas, depois de terminada a entrevista, Maria Rita pediu que o gravador fosse ligado outra vez.


"O que é, afinal de contas, fazer um disco artisticamente relevante? Ele precisa ter músicas inéditas, criadas para aquele momento? É isso o que mais importa? Ou o que importa é se esse disco vai causar impacto em 2.000 ou 2 milhões de pessoas?"

Nessas quatro perguntas, que mais respondiam do que queriam saber, a cantora resumia quase todos os 50 minutos da conversa anterior.

O assunto era o repertório de "Elo", seu quarto álbum, lançado agora em CD e vinil. Mais especificamente, o grande número de regravações contidas nele.

Algumas delas são canções bem conhecidas, como "Menino do Rio" (Caetano Veloso), "Nem um Dia" (Djavan), "Só de Você" (Rita Lee/ Roberto de Carvalho), "A História de Lily Braun" (Edu Lobo/ Chico Buarque) e "A Outra" (Marcelo Camelo).
E outras, mais obscuras, como "Santana" (Junio Barreto/João Araújo), gravada por Gal Costa em 2005.

Maria Rita conta que esse não é o disco que pretendia fazer. Sua ideia era, talvez no ano que vem, seguir com o caminho iniciado em "Samba Meu" (2007), trabalho muito menos introspectivo do que seus primeiros. E de material inédito.

Mas sua gravadora queria um lançamento para este ano. E eram essas as canções que estavam na manga.

Elas faziam parte de um show sem nome que Maria Rita fez logo após a turnê de "Samba Meu". Fez temporada em junho de 2010, no pequeno palco do Tom Jazz, em São Paulo.

"Ao contrário dos anteriores, esse disco não veio como uma sangria artística. Mas começar um novo projeto com prazo curto e sem amadurecimento resultaria em algo menos legítimo", diz.

E talvez a "sangria artística" tenha que esperar mais. Em 19 de janeiro próximo, completam-se 30 anos da morte de Elis Regina. E já se fala em uma turnê em que Maria Rita cantaria o repertório da mãe. Ela não confirma.

"A vontade existe, o medo também. Eu não vim tomar o lugar de ninguém, não mais do que qualquer filha continua a história da mãe. Mas quero cuidar desse legado. Como? Trazendo o nome dela para as gerações que sabem quem eu sou, mas não sabem quem ela é. É uma missão, como um filho que herda a empresa do pai."

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