quarta-feira, 6 de abril de 2011

Maria!

 
Maria Rita: Mas pede a com mel e limão, rapá! Alessandro Meiguins: Hum, que dúvida...
Marina Lima: Ó, estamos na Academia da Cachaça, hein! A gente não pode fazer feio.
Maria Rita: Vamos, cachaça mesmo... Então cê vai tomar, né?
Alessandro: Eu vou tomar a com mel e limão e mais uma, a Vale Verde.
Marina: O.k., quatro cachaças com mel e limão, uma Vale Verde e uma Original! Bora.

Rio 40º — à sombra. Começo de janeiro, verão a pino. Passa das 14h no Leblon, mais precisamente na rua Conde Bernadotte. Numa mesa para quatro pessoas, dois gravadores, dois jornalistas, um manager, uma cantora polivalente, quatro copos americanos (para a cerveja) e cinco copos menores, cheios de cachaça. Brinde. “Feliz Ano Novo!”

O.k., Maria Rita tinha imaginado algo mais chic, mais ao seu estilo cool. Mas, numa tarde de segunda-feira ensolarada, todos os restaurantes asiáticos do bairro estavam fechados. Por sua escolha e gosto – também popular e simples “sim, senhor!” – aterrissamos no boteco e pedimos cachaça. Com uma explicação: “Adoro a feijoada daqui”, diz a cantora. “Quando fazia show no Rio, pedia para entregar a feijoada em casa para toda a equipe. Vinha com essa cachaça aí. Era uma loucura, virava samba. Até que um dia vi meu banquinho do Philippe Starck virar bateria”, conta, referindo-se ao objeto traçado pelo designer francês. “Quando fui dar uma bronca me jogaram na piscina. Rolou depois aquele silêncio... ‘Ih, jogaram a chefe n´água!’ Mas entrei na brincadeira, que virou briga de galo. E ganhei. Mas devem ter deixado, né?”

Foi, assim, bem à vontade, que a Maria por trás da cantora começou a conversa – que, a contragosto de sua agenda, duraria quase quatro horas.

Apaixonada por Cartas a um Jovem Poeta (do tcheco Rainer Maria Rilke, 1875-1926), que já leu oito vezes (com direito a caderninho de anotações na última), ela se considera “determinada, focada e um pouco compulsiva, eu não sei bem o termo exato, mas não é nada dramático”. Paulistana da Serra da Cantareira (“falo ‘bicho’ há 200 anos”), do dia 9 de setembro de 1977, autora há seis anos do filho único, Antonio (com o diretor de cinema Marcus Baldini), ela relutou em seguir o mesmo ofício da mãe, a eterna Elis Regina (1945-1982), ou do pai, o pianista, arranjador e compositor César Camargo Mariano. Mas o que poderia surgir dessa família senão filhos com a música circulando nas veias? Maria ainda é irmã de João Marcello Bôscoli, dono da gravadora Trama, do cantor Pedro Camargo Mariano, do instrumentista Marcelo Mariano e de Luiza, que aos 24 anos mora em Boston, canta e produz artistas.

VIDA DE ESTAGIÁRIA
Sua alma, por muito tempo, foi feita de laudas, livros e filmes fotográficos. Dois estágios acabaram por pontuar seu début existencial. O primeiro, ainda adolescente, no auge da revista Capricho (Editora Abril), a deixou fascinada. Em dez meses começou abrindo cartas e terminou escrevendo resenhas. Muitas vezes foi ao Dedoc (Departamento de Documentação) e, enquanto pesquisava promissores modelos (como Luana Piovani e Rodrigo Santoro), recebia pastas escolhidas a dedo pelo pessoal do arquivo: fotos e fotos que ela nunca tinha visto, todas inéditas, de sua mãe.

Na hora de optar pela profissão, quando já morava nos Estados Unidos com o pai, não hesitou. “Eu sou comunicóloga, mas queria mesmo ser jornalista. Amo revistas. Mas só consegui crédito para fazer Comunicação na NYU (New York University).” Nos momentos finais para completar o curso, viveu uma reviravolta de certa forma inevitável. “Precisava dos créditos pra me formar, então meu orientador sugeriu um estágio na Warner, o único que ele tinha disponível.” Assim, a música caiu no colo de Maria Rita. Ou quase. Pois ainda faltava um empurrãozinho, como ela mesma conta abaixo. Antes disso, mais uma rodada de cachaça com mel e limão.
E mais uma cerveja, que, por sorte, trincava antes de escorregar para o copo.

Marina: Nossa, essa cachaça é um perigo! Maria bebe e nem faz careta!
Maria Rita: É uma loucura... Por isso que eu falei, é só uma... Ops, estamos na segunda...
Alessandro: Eu tinha uma piada com uns amigos. A gente ia beber num lugar e dizia: “É só uma cachaça e uma cerveja”. Passava um tempo, mudávamos a medida para uma cachaça e uma cerveja, por cabeça...
Maria Rita: Muito boa, e qual a unidade de medida? Uma de cada, uma dúzia, uma de cada marca (risos)!

Alessandro: Você sempre cantou, desde criança?
Maria Rita: Sempre, desde pequena. No colegial estudava no Pueri Domus [escola tradicional paulistana] e fazia backing vocal para a banda Confraria, do meu irmão Pedro. Na faculdade, nos Estados Unidos, também cantava. Fui até num show de calouros (risos). Ganhei 100 dólares pelo primeiro lugar. Dividi o valor com um amigo que me forçou a cantar e fez chantagens horrorosas! Fiquei com 50 dólares para comprar CDs na Tower Records. Nunca me esqueço...

Alessandro: O que você sentia com a música?
Maria Rita: Um respeito enorme. Isso era outra coisa que me segurava para entrar na música. Cresci com o meu pai dizendo que música é com M maiúsculo. “É diversão para os outros, mas é nosso ofício, é o que põe esse pão na mesa, esse arroz com esse feijão. Esse copinho, garfinho, essa mesa onde vocês estão comendo é a música que dá. Então não é pra brincar não, é para o povo se divertir, mas pra gente é muito sério.”

Marina: E como foi esse processo de começar a cantar?
Maria Rita: Sempre existiu dentro de mim, mas era mal digerido, mal gerenciado. Eu cantava e as pessoas choravam e eu ficava puta da vida. Nunca vou me esquecer de uma temporada que passei com meu pai em Miami. Na casa de amigos de infância que moravam lá, rolavam altas cantorias: um pegava o violão, outro o tamborim, o reco-reco. Coisa de brasileiro... Todo mundo cantando e eu ali, cantando junto! Era aquela confusão, uma alegria danada. Aí o papai pegou o violão... Fazia anos que eu não o via tocar violão, a última vez eu tinha uns 5, 6 anos. Aí ele falou: “Canta essa”. E começamos. Eu estava lá, cantando muito, de olhos fechados. Quando abri os olhos...

Marina: A galera estava vidrada em você?
Maria Rita: Fungando! Era um funga pra cá, assoa o nariz pra lá, toma água com açúcar…

Marina: Mas por que você ficava brava?
Maria Rita: Ah, as pessoas ficavam chorando, chorando... Que coisa!
Marina: Mas a gente chora quando te ouve! Chorei também, não posso negar.
Maria Rita: Obrigada... Mas com 17 anos eu não entendia. Saí da sala gritando: “Ela morreu, não volta mais”. E bati a porta do quarto! Para mim era isso: as pessoas choravam porque se lembravam da minha mãe, que saco!
Alessandro: Mas hoje não é mais assim.
Maria Rita: Não, é... Mas então, naquela roda tinha um cara, hoje um cantor famosíssimo aqui no Brasil, que se sentou ao meu lado e falou: “Quero te pedir desculpas, a gente sabe que ela não volta mais e isso é triste para todos nós que convivemos e aprendemos com ela. Mas chorei porque nunca mais tinha me sentido assim como quando te ouvi cantar. Salvo por hoje, há 20 anos eu não sentia uma emoção assim diferente. Foi por isso que chorei”. Pronto, fiquei com aquilo na cabeça… Isso foi antes de eu entrar na faculdade.

Marina: E quem é esse famosíssimo?
Maria Rita: Não sei se devo falar o nome, talvez ele não fique à vontade. Nunca mais conversamos a respeito.
Marina: Ah, vai... A gente não conta.
Maria Rita: Tá. Foi o [a pedido dela, não revelaremos o nome do cantor sertanejo que deu essa moral para a cantora].
Alessandro: Juura?
Maria Rita: É. Eu já tinha noção da responsabilidade de ser filha da Elis, sabia que as pessoas esperavam que eu cantasse.
Ouvia isso desde pequena.
Marina: Devia ser um martírio mesmo!
Maria Rita: “Você tem que cantar, tem que cantar.”
Eu falava, “não, não tenho!” Quando comecei a me rebelar um pouco, virei monstro, saí correndo (risos). Durante anos e anos, precisei fazer um monte de coisas, precisei ir pra Nova York, ser ninguém, irreconhecível, incógnita, transparente, não ter sombra, nada.
Marina: Pra cair a ficha.
Maria Rita: É. Ficar devendo dinheiro, pegar bico pra ganhar 4 dólares por hora... Quando chegou o momento, quando me liguei que sem música eu não sobreviveria, tive certeza de que nada me derrubaria.

Alessandro: E quando foi esse momento?
Maria Rita: Depois da faculdade. Voltei para o Brasil, fui trabalhar num estúdio fazendo de tudo, até pegar café. Meu pai estava trabalhando lá num projeto e me via ali sempre, meio tonta... Aí ele me cutucou: “O que está acontecendo? Você não está bem, você está cinza, meio troncha!” Foi quando me liguei: “Pai, estou no lugar certo fazendo a coisa errada.” Estava cinza mesmo.

Alessandro: De desânimo...
Maria Rita: Exatamente. Estar ali ou não tanto fazia. E isso eu não consigo, não veio no meu código genético: se não estiver curtindo muito, se não tiver uma paixão, uma fervura no que estou fazendo, com quem estou convivendo, fico cinza. Aí engordo, fico com azia, cai cabelo.

Marina: Aí que você foi cantar?
Maria Rita: Peguei um amigo que estava com uma temporada no Supremo [bar na zona oeste de São Paulo] e fui.

Marina: Nos karaokês do Supremo? Supremo Musical, do Roberto Suplicy?
Maria Rita: É, era sensacional, lembra? Na esquina da Consolação com Oscar Freire. Eu comecei cantando lá. Era 2001, 2002.

Alessandro: Incógnita?
Maria Rita: Mais ou menos. Uma hora vazou que uma das cantoras da noite era filha da Elis. Daí foi aquela história...

A HORA DA ESTRELA
Maria Rita “saiu do barzinho, do show com Chico Pinheiro [o músico] e no dia seguinte virou superstar”, lembra o pai, César Camargo Mariano. Logo veio o primeiro álbum: Maria Rita (WEA, 2003), revelação do Prêmio APCA de 2002, que ganhou três Grammys de melhor CD de MPB, de artista revelação e de melhor música (A Festa, terceiro lugar na lista da Billboard) em 2004.

Ainda conquistou três álbuns de platina com a venda de 1 milhão de cópias em mais de 30 países. Dois anos depois, o próximo álbum, Segundo (WEA, 2005), ganhou dois discos de platina e mais dois Grammys, nas categorias de Melhor Álbum e Melhor Música. Foi o terceiro, Samba Meu (WEA, 2007), que lançou de vez a voz de Maria Rita para o samba. Não bastasse sua intensa agenda de shows, ela se tornou madrinha do Cordão da Bola Preta, o mais antigo e um dos maiores blocos de Carnaval do Rio (reuniu 1,5 milhão de pessoas em 2010) e madrinha da bateria da Escola de Samba Vai-Vai, uma das mais tradicionais de São Paulo, onde ela tem apartamento. “É um vaivém Rio-São Paulo”, diz.

CASA, TATOO, IPAD
Virginiana ao extremo, daquelas que rearranjam toda a mesa quando vão a um restaurante e organizam sempre todas as roupas no armário (embora nunca consiga manter tudo “arrumado de verdade”), Maria Rita admite ser “chata demais” e que seu sonho de consumo é ter em casa uma ‘faz-tudo’ do mesmo signo dela: “Sou um caos: virginiana com peixes, é terra e água, complementares e extremos opostos! O que me salva é o ascendente em peixes, senão o armário seria organizado por cores, tamanhos, formas, além das camisas de manga comprida, manga curta...”

A estrela, que tem 270 mil seguidores no twitter, também respira tecnologia. Usa apps de planilhas e de fotografia o tempo todo no megacelular (que de tão novo ainda tinha plástico de proteção no dia da entrevista), no melhor estilo “não largo minha câmera”. Não descola também do iPad nem da câmera fotográfica Lomo, outra paixão que ela nos mostrou durante a sessão de fotos no estúdio de Marcio Scavone. Sentar no sofá para relaxar, só se for em meio a controles remotos: do ar, da tevê, do DVD...

No avião, usa o iPad para ler já que “a luz da tela é boa, não incomoda ninguém”. Lê três ou quatro livros ao mesmo tempo, resquício da vida acadêmica rigorosa na NYU – e também por puro prazer. No final do ano, entre presentes e compras, tinha 12 na cabeceira. Não dá nem empresta seus livros, muito bem guardados. Amigos, idem. Tem os mesmos há 30 anos, dentro e fora do meio artístico. Tem sete tatuagens. A última, feita em janeiro na Tatoo You, no Itaim Bibi, foi uma homenagem ao filho, Antonio, que desenhou um coração e escreveu Antonio e Mamãe. A imagem está tatuada no bíceps de Maria Rita. “Antonio amou. Ele é tão doce, família.”

SER COMUM
Seu dia a dia tem um pouco de tudo. Acorda cedo para levar o filho à escola, depois anda de bicicleta ou caminha e às vezes dá uma passada na praia. Coordena toda a infraestrutura da casa e faz horários de criança: almoça cedo com Antonio e acontece de jantar com ele para depois sair com amigos e jantar de novo. A comida é sempre natural, o café da manhã é light. “Amo salada.” Se assume as panelas, tem de ser “aquele risoto”, o Risoto Maria Rita, que os amigos insistem para ela fazer. Vai funghi secchi, vinho, riso arboreo. Também é louca por sushi e sashimi.

A agenda de cada dia segue com entrevistas, reuniões, gravações. Tudo organizado, com horário calculado. Nossa entrevista, por exemplo, tinha hora para terminar. A reunião seguinte, com um tal de Seu Oswaldo, era às 16h. Lá pelas tantas, Allen, manager e braço direito, lembrou-a do compromisso. Ela – com copo cheio e prosa animada – corrige: “Ah, não, era às 17h.” Allen arregala os olhos, ela insiste: “Diz para ele que chego logo”. Chegou – junto com a gente – quase às 18h...

Maria adora sair à noite, jantar, curtir uma balada ou roda de samba. De preferência incógnita. “Senão as pessoas me pedem pra cantar, vira uma função”, explica. “Uma noite, no Carioca da Gema, minha amiga Bia e eu estávamos numa fila enorme para entrar. Quando me reconheceram, Bia entrou em pânico e chamou o segurança. Lá dentro, às 6h da manhã, notei que tinha me esquecido da vida lindamente. É tão bom ser comum.” Não é à toa que ela se pega com os paparazzi, acha um abuso. “Sou cantora, não celebridade. Acordar e ler no jornal que estou gorda não é nada legal. Por que me derrubar desse jeito? Eu canto e tento trazer alegria para as pessoas. E daí se tenho ou não celulite?”

Marina: Você faz terapia?
Maria Rita: Claro! Imagina!
Marina: Porque pra digerir tudo isso não deve ser fácil.
Maria Rita: O quê?! Na terapia eu já desisti de cantar 200 vezes!
Marina: Nem brinca. Mas sua terapeuta deve ser sua fã.
Maria Rita: Engraçado, ela foi a um show sem me contar: mudou o cabelo, colocou uns óculos. No final, foi ao camarim, disse que achou o show incrível e que tinha ido lá incógnita para entender quem eu era.

Marina: Mas é muito louco te ver cantar e depois sentar aqui e bater um papo contigo.
Maria Rita: Por quê?
Marina: Porque uma coisa é ver a Maria estrela, que emociona. Outra coisa é estar com você aqui, uma pessoa real, de carne e osso, que fala a mesma língua, que senta no divã e fala do Antonio, do supermercado, namorado...
Maria Rita: E fala da fama... É, é bem isso. A terapeuta precisava entender a relação entre as duas Marias! Se acordei mal-humorada ninguém entende! Todo mundo tem seus dias, né?

Marina: Mas você não se sente diferente também? No dia a dia e quando você sobe no palco? Não tem uma energia diferente?
Maria Rita: Eu me sinto mais eu no palco, me sinto mais segura. Mas também te confesso que às vezes olho a plateia – enxergo até o último, até a roupinha – e me sinto uma farsa.

Marina: No palco? Jura?
Maria Rita: É. Não consigo compreender por que as pessoas pagam para me ver cantar. É uma coisa que faço assim como tomo banho, lavo louça, arrumo livros, a casa. Para mim é uma coisa muito natural: eu respiro e eu canto.

Alessandro: E tem uma distância entre a Maria Rita real e o mito?
Maria Rita: Acho que na real eu sou legal e não um mito. Sou fiel, sou leoa, brigo pelos amigos, dou colo, participo, trago pra casa, boto debaixo das asas, sou uma supermãe. Me chamam de celebridade, mas não sou. Sou artista, eu sou do circo mesmo. Moramos na Serra da Cantareira, na Joatinga, em Nova York, mudamos de cidade para acompanhar as turnês da minha mãe e do meu pai...

Maria Rita: E você segue alguns rituais ou tem manias antes do show? 
 
Marina: Só entro no palco com o pé direito.
Alessandro: Mais nada, uma roupa, um pensamento?
Maria Rita: Nada. Fico no camarim, no meio da zona, superconcentrada. É uma concentração de atleta. Se falar comigo, nem ouço.

Marina: E como consegue se concentrar naquela muvuca, tendo que pensar em tudo? Sei que você é multifunções....
Maria Rita: Totalmente multi é minha cara de pau! Devia passar óleo de peroba na cara! [diz, dando uns tapinhas nas bochechas com um sorriso que faz seus olhos ficarem apertados]. Escolho a roupa, o cenário, olho o clip, pego a câmera, monto o disco. Durante 90% do tempo estou fazendo 200 coisas ao mesmo tempo.
“Gente, Seu Oswaldo já está esperando há uma hora e meia”, interrompe o manager Allen. O.k., não nos resta outra alternativa a não ser pedir a saideira. Já eram quase 17h30, o Rio de Janeiro estava abafado, jeito de chuva. Claro que depois da dolorosa emendamos outra conversa e pedimos la dernière de las dernières.

Marina: Saideira, bora? Por mim podia passar uma semana ouvindo as histórias da Maria. Allen, toma uma, vai. Maria, fala para o Allen tomar cachaça! Ele tá muito certinho!
Maria Rita: Ele é que não me deixa (risos)! Eu adoro este lugar aqui. Durante as gravações do meu primeiro disco, eu ia muito à filial deles na Barra. Um dia recebi uma carteirinha tipo “Antônio cachaceiro!”

Alessandro: Você gosta de um boteco, né?
Maria Rita: Eu gosto.

Alessandro: E eu me lembro da época em que ia ao Filial e ao Genésio, na Vila Madalena, em São Paulo. Um dia percebi que colocaram seu nome no cardápio da parede do Genésio.
Maria Rita: Nossa, eu ia muito ao Filial. Já saí de lá às 7 da manhã.
Aí o dono falou que ia abrir o Genésio, mas eu nem atravessava a rua.
Só comecei a ir quando o Filial ficou lotado e o seu Calixto [garçom] foi trabalhar lá. Virei madrinha do Genial.

Marina: Isso é coisa de botequeiro, né?
Maria Rita: É, ir atrás do garçom... Então eles abriram o Genial, a quarta geração. Aí até brinquei: O.k., agora vocês vão abrir o Filésio também?
Alessandro: Filésio! Que nome bom! Que nome ruim! (risos gerais)
Alessandro: Eu tenho preconceito contra bar novo...
Maria Rita: Eu também! Eu sou chata, eu sou velha. Eu vou ser aquela velhinha cri-cri.















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