quarta-feira, 20 de abril de 2011

Canções prediletas

18/04/11 - Diário de Pernambuco



“Ah, Recife...Ah, Recife...Como a alma fica bela, leve, grata...Ah, Recife”. Esse foi o depoimento da cantora Maria Rita no Twitter (@MROFICIAL) pouco tempo depois do término da apresentação que fez no último sábado, no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções. Como ela mesma explicou, esse não era o show de um novo trabalho (Maria Rita não lança álbum desde 2007). “Não é DVD, não é CD, não tem cenário. São canções que eu não cantava há muito tempo, de amigos, mas que não necessariamente estavam no repertório. Que estão me proporcionando redescobrir sombras e luzes dentro de mim”.

De vestidinho brilhoso curtíssimo (exibindo pernas de dar inveja, bem ao estilo Ivete Sangalo) e salto alto (Loubotin?!), Maria Rita cantou para um público de fãs saudosos, que acompanharam as letras das canções – músicas dos seus três trabalhos: Samba meu (2007), Segundo (2005) e Maria Rita (2003) e ainda algumas que não foram gravadas, ao menos ainda, pela cantora.

Começou com o trio Conceição dos Coqueiros (Lula Queiroga), Santana (Júnio Barreto) e Caminho das águas (Rodrigo Maranhão). Esse último, aliás, fez a abertura da noite com um show repleto de canções autorais. Foi a primeira vez que se apresentou no Recife e saiu surpreendido quando pediu palmas (“Só quando eu der o sinal”) e recebeu acompanhamento do público na última música inteira.

Ao fim das primeiras canções, Maria Rita conversou com o público. Disse que estava nervosa, falou da relação com os compositores. “É como passar o fim de semana com o filho de um amigo. É de extrema confiança. Sou muito intensa e gosto de honrar esses e essas caras que me emprestam suas canções”. Apresentou a banda, músicos que a acompanham há algum tempo (o mais recente está com a cantora desde 2004): Thiago Costa (piano), Sylvinho Mazzuca (baixo acústico) e Cuca Teixeira (bateria).

Depois disso, pouca conversa e muito talento. Teve espaço para uma versão bem diferente de Nem um dia, de Djavan, e ainda de Só de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho) e O que sobrou do céu (Marcelo Yuka). O público pediu Santa chuva (Marcelo Camelo), música gravada no primeiro CD; Essa não veio, mas a plateia recebeu em troca sucessos como Pagu, Encontros e despedidas, Não vale a pena, Cria, Tá perdoado, Maria do Socorro. Uma seleção que agradou e fez todo mundo se mexer nas cadeiras ou nas laterais do palco.

Nem tudo é festa

Até chegar ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, o público penou. O trânsito nas imediações do local estava praticamente paralisado e alguns guardas só apareceram por volta das 21h para tentar dar alguma ordem ao caos. Isso porque no mesmo dia, o Centro de Convenções serviu como local não só para o show de Maria Rita, mas também para o aniversário do Caldeirão e ainda para um evento gospel. O público dos três eventos – e principalmente do show de Maria Rita, que era o que estava marcado para mais tarde, às 21h – foi prejudicado pela falta de preparo e atenção dos responsáveis pela gestão do trânsito na área.

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