terça-feira, 25 de maio de 2010

Reportagem Rock In Rio 2010 - 22 de Maio

22/05/10 - Festivais de Verão

No segundo dia do Festival Rock In Rio Lisboa 2010 decorre a celebração dos 25 anos da primeira edição do evento que decorreu no Rio de Janeiro, numa tarde bem mais amena que a de ontem. Pouca gente ainda nas imediações do Palco Mundo, provavelmente pelos concertos do palco Sunset Rock In Rio.

Os concertos do segundo dia do festival começaram no palco Sunset com os Soulbizness acompanhados de Zoey Jones. As primeiras pessoas chegaram ao som dos primeiros acordes da banda lisboeta que não teve grandes dificuldades em animar o ainda pouco público que se encontrava a assistir ao concerto. Zoey, bonita e divertida, animou as hostes. Ela e o vocalista Rodrigo não pararam de dançar ao ritmo funk de êxitos como "Oh Sugar" e "Sing It Back" (da cantora Moloko), conseguindo assim animar o público presente.

Bastante mais assistência teve o concerto do vocalista dos Xutos&Pontapés, Tim acompanhado pela Mariza. A fadista que no dia anterior já tinha deslumbrado com o seu concerto no Palco Mundo, voltou a mostrar que sabe cativar multidões. Tim e Mariza cantaram músicas de ambos mas também brindaram o público com alguns momentos especiais como "Homem do Leme", dos Xutos e "Por Quem Eu Não Esqueci", dos Sétima Legião, acompanhados pelo público que cantava em uníssono. Momentos especiais foram também as músicas "Light My Fire", dos Doors e "With A Little Help From My Friends", dos Beatles. Esta última foi acompanhada na voz por Zé Ricardo, o responsável por aquele espaço do Rock in Rio e a quem Tim aproveitou para agradecer. Por fim, Tim convida Rui Veloso (que daria o seu próprio concerto naquele palco logo a seguir) para tocar consigo a música "Voar", parceria que pode também ser ouvida no novo álbum de Tim, "Companheiros de Aventura".

João Pedro Pais ficou encarregue de abrir o Palco Mundo neste segundo dia de festival. As pessoas começam a dirigir-se para o Palco Mundo, aumentando consideravelmente o público. Entrada cheia de fulgor por parte do lisboeta, com “Palco de Feras” e “Até Nunca Mais”, mostrando grande entusiasmo e alegria em palco. Num concerto muito positivo, mas que foi ficando morno com temas mais lentos, João Pedro Pais tentou sempre cativar a multidão e deu um concerto com alma, tocando temas como “Sempre Hoje” e “Não Há Ninguém Como Tu”. Perto do final, o público português foi despertando, e ajudou o seu compatriota a cantar “Louco” à qual se seguiria “Nada de Nada” a dar por encerrada a actuação.

A fechar o palco Sunset tivemos de novo o Rui Veloso que foi recebido com um grande aplauso. O concerto teve duas alturas distintas. Na primeira o músico esteve acompanhado de Toni Garrido que chamou também Boss AC para cantarem juntos "Rimas de Saudade". Depois foi a vez de Rui Veloso chamar novamente Zé Ricardo, marcando bem a característica principal deste palco: um espaço de encontros de cultura e de muitas surpresas. Mas apesar da primeira parte ter sido mais ritmada, foi a segunda que aqueceu mais o público e "A Paixão" foi cantada numa só voz, entre o público e os músicos. O público, impaciente, chama pela cantora Maria Rita que comparece finalmente dando inicio à segunda parte do concerto, mais calma mas mais acesa por parte do público. Êxitos de um e de outro músico fizeram as delícias da assistência que não deixava de acompanhar, cantando sempre. Depois de "Porto Sentido" deixar o público de novo ao rubro, este pede por mais e Rui volta, aproveitando por agradecer pelos 30 anos de carreira que comemora no ano presente.

Redondezas do Palco Mundo um pouco despidas para o concerto de Leona Lewis. A britânica, que lançou “Echo” em Novembro do ano passado, álbum de dupla platina, apresentou-se ao público português com “Brave” e um coro que viria a revelar-se imprescindível para todo o concerto. Apesar da sua voz muito bem colocada, a britânica não conseguiu puxar pela multidão e toda a actuação se tornou um pouco monótona, também por culpa do ritmo impresso pela sua música suave. Apenas em músicas como “Better In Time”, “Forgive Me” e “I Got You” se ouviu um pouco o público luso. Mas Leona Lewis tinha guardado o melhor para o fim, “Bleeding Love” fechou o espectáculo, com os portugueses a cantarem o refrão com a inglesa. Terá sido ainda o pequeno reportório de Leona Lewis e o facto de ainda não ter chegado bem aos ouvidos dos portugueses, que terá motivado um concerto a meio-gás, apesar de altamente profissional.

Passado praticamente um ano, Sir Elton John volta a Lisboa e é o grande protagonista da segunda noite de festival. Com o recinto muito bem composto, o compositor inglês começou de forma brilhante com “Funeral For a Friend”, “Love Lies Bleeding” e “Saturday Night”. Música ritmada, bem preenchida e com excelentes arranjos fez com que o público se rendesse à magia de Elton John. Desde o primeiro minuto se percebeu que toda a banda faz com que nada se perca na interpretação da música ao vivo. Bob Birch, baixista, marcou todo o ritmo do concerto, com uma precisão notável. Kim Bullard (teclista), Davey Johnstone (guitarrista) e John Mahon (percussão) conferem à música todos os detalhes que a tornam completa e apaixonante. Elton John mostrava-se contente por estar em Lisboa, elogiando a cidade e o clima, anunciando depois dois temas do álbum “Madman Across The Water”. “Levon” e “Tiny Dancer” do álbum de 1971 deliciaram a multidão presente para ver o Sir. Os mais novos vão saboreando os ritmos provenientes do palco, enquanto os mais velhos dançam ligeiramente, com um sorriso nostálgico. Muito aplaudido, Elton John brindou o público português com temas como “Daniel”, “Rocket Man”, “The Bitch Is Back” e “Crocodile Rock”, que proporcionou um final espectacular, com uma bela interacção entre o músico e o público. Elton John voltaria ainda para encore, tocando “Candle In The Wind” e “Your Song”, duas baladas que fecharam a noite com chave de ouro, com um final emocionante para um concerto memorável.

Era o regresso mais aguardado, o dos Trovante. A sua tarefa não era fácil, tendo o grande desafio de manter o público animado depois do concerto de Elton John. Apesar disso, o público não desmobilizou e, embora tímido no inicio, já se ouviam algumas vozes que acompanhavam as músicas tão marcantes desta banda: sem dúvida que muitos estavam ali ansiosos para assistir ao regresso. Ao longo do concerto confirmou-se que os Trovante já deviam ter regressado há muito pois, apesar do interregno, foi notável como o público foi perdendo a timidez e acabou por cantar a uma só voz músicas como "Um Caso Mais", "Perdidamente", Fizeram os Dias Assim" e "125 Azul", mostrando que a boa música portuguesa nunca se perde nos caminhos da memória e que havia muitas saudades dos Trovante. Luís Represas, vocalista da banda, confessa como é bom estar de volta e reviver tudo de novo. O concerto termina e o público do Rock in Rio, animado por este regresso, pede mais e a banda disponibiliza-se a tocar mais uma música, no entanto, por motivos de organização foram impedidos de o fazer.

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