12/02/10 - Blog Samba de Primeira
A cantora Maria Rita admite que teve medo quando foi convidada para gravar um disco somente com sambas. Ela tinha receio de ser acusada de oportunista. Filha da maior intérprete do Brasil, a saudosa Elis Regina, Maria Rita imaginava que fosse metralhada pela mídia quando aceitou colocar sua marcante voz em sambas populares, no disco “Samba Meu”, gravado há mais de dois anos.
“Me senti pressionada no início. Mas depois que vi gente como o cantor e compositor Arlindo Cruz avalizando meu trabalho, fiquei mais segura. Hoje é uma honra ser reconhecida como sambista”, diz a cantora, que conversou com o Samba de Primeira na noite de ontem, durante o último ensaio da Vai-Vai para o Carnaval de 2010.
Bastante solicita com a comunidade do Bexiga, Maria Rita dançou, cantou, distribuiu sorrisos e tirou fotos com todos que se aproximaram dela na quadra da Saracura*. Ela lamentou estar ausente do desfile da escola na madrugada deste sábado. “Tenho outro evento no Rio. Sou madrinha do Cordão do Bola Preta. Já havia me comprometido com o bloco antes”, justificou a cantora, que também é madrinha da Ala de Compositores da Vai-Vai.
Maria Rita se aproximou de uma das escolas mais populares de São Paulo há pouco mais de dois anos. “Encontrei o presidente Thobias da Vai-Vai em dois eventos seguidos. Num deles foi no aniversário do compositor Eduardo Gudin. Houve um namoro para eu ir para escola. Depois surgiu o convite para ser madrinha. Fiquei muito honrada. Hoje, sou Vai-Vai de corpo e alma. E pode escrever aí: no Desfile das Campeãs vou estar presente. A Vai-Vai ficará com o título neste ano”, acredita.
A identificação de Maria Rita com a escola realmente é grande. Na festa em que a Vai-Vai festejou seus 80 anos de fundação, a cantora foi a maior atração. O seu show foi escolhido a dedo pela direção da agremiação.”É curioso ver um monte de gente que você admira te chamando de madrinha. A responsabilidade é muito grande. A Vai-Vai faz parte da cultura popular de São Paulo”, teoriza a cantora.
*Saracura era um córrego que tinha na Bela Vista, onde é sede da Vai-Vai. Os foliões que moravam perto do córrego eram chamados pela elite de saracuras. Aí, ficou o apelido da escola.
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