quinta-feira, 23 de julho de 2009

23.07 - Cantora escreve sobre show em Porto Alegre (site oficial)

Aeeee galerinha do bem...

Porto Alegre... Que incrível... Saí exaurida... Chorei muito na última canção do bis, "O Homem Falou"...

Muitos podem até se perguntar como é que se chora numa canção tão feliz, tão alegre, pra cima, sorridente. Mas nada tem a ver com a canção, mas sim com o ambiente, com a história, com as pessoas ali. A emoção do amor gratuito e incondicional é o maior barato (no sentido referente às drogas, mesmo!). O amor do público, principalmente.

Ontem a emoção foi relacionada à receptividade, unica e exclusivamente.

Quanto eu comecei a cantar, o Pedro Sirotsky (RBS, seu pai era amigo de minha mãe, o filho hoje é meu amigo), me alertou que, de tudo o que se via acontecendo comigo no eixo Rio-São Paulo, nada chegaria perto do que aconteceria em Porto Alegre. Porque, quem gostasse de mim, me amaria incondicional e ferrenhamente. E quem não gostasse, me odiaria com todas as forças que tivesse. Fiquei assustada, mas guardei aquilo no coração como um conselho, um carinho de um amigo alertando das ondas que poderiam vir.

Quando da minha primeira apresentação em Porto Alegre, já grávida, sobrevoando a terra de minha mãe com o neto dela na barriga (olha o nó na garganta), lembrei daquelas palavras, e disse a mim mesma que, naquela noite, naquele palco, seria a primeira de muitas batalhas para conquistar aquele amor. Nada me derruba não. Talvez um caminhão. E eu estava disposta a conquistar aquele passado. Eis que, entre a terceira e quarta músicas, alguém no fundo do teatro grita, "SANGUE GAÚCHO!!!!!!" E eu imediatamente procurei o olhar amigo do Pedro, que, emocionado com o que ouvira, e também com a minha emoção, começou a chorar. Era eu chorando, o povo aplaudindo, e se levantando, e eu agradecendo, e eles batendo palmas, e sei que foi uma confusão danada. Minha batalha estava vencida.

Me senti orgulhosa. Me senti bem recebida. Era importante para mim conquistar aquele povo. Pela história. Pelas histórias.

E é assim toda vez que piso em um palco daquela cidade. É sempre a mesma emoção. É sempre uma nova batalha.

Mas é sempre o mesmo carinho. A mesma receptividade. As mesmas palavras de acalanto, "tens sangue gaúcho, aqui tu estás em casa".

E isso não tem preço. Não tem palavras.

Apenas lágrimas.

Obrigada, meu povo gaúcho. Tenho muita honra de ser uma de vocês, ainda que só uma metade!

Com carinho,
MR

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