08/12/2008 - Correio Braziliense
Maria Rita, esbanjando suingue, charme e sensualidade marcou presença de forma definitiva na música popular brasileira em 2008 com Samba meu, CD, DVD e show, nos quais exibiu outra faceta de sua arte como intérprete. O show, que foi visto pelo brasiliense no dia 7 de março, no Marina Hall, será reapresentado hoje, às 22h20, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A cantora é destaque na programação do projeto Recantos do Brasil, que, na última edição deste ano, homenageia São Paulo. As outras ações serão dois nomes da música paulista: o cantor Jair Rodrigues e o grupo Demônios da Garoa, que sobem ao palco, às 20h40 e 21h30, respectivamente. Embora não esteja ainda definido, há a possibilidade de os artistas se juntarem em cena para fazer pelo menos um número.
Comemorando a boa repercussão do Samba meu, Maria Rita afirma: "Meus shows estão cheios, tenho retornado às cidades em que havia me apresentado. No final das contas, meu público acaba sendo o melhor parâmetro para avaliar esse momento da carreira. O volume de trabalho é grande, o reconhecimento é o melhor. Está tudo lindo. Vamos seguindo na luta".
Na companhia da banda formada por Jota Moraes (piano), Sylvinho Mazzuca (contrabaixo acústico), Tuca Alves (violão), Camilo Mariano (bateria), Márcio Almeida (cavaquinho), Neni Brown e Miudinho (percussão), a cantora vai mostrar no show repertório baseado no Samba meu, que inclui Tá perdoado (Franco e Arlindo Cruz), O homem falou (Gonzaguinha), Corpitcho (Ronaldo Barcellos e Picolé), Maria do Socorro (Edu Krieger), Cara valente (Marcelo Camelo) e Não deixe o samba morrer (Edson e Aluísio).
Para Jair Rodrigues, parceiro de palco e um dos melhores amigos de Elis Regina, com quem gravou o LP clássico Dois na bossa, Maria Rita segue os passos da mãe. "Essa garota é uma bela cantora, que, em seu novo trabalho, enveredou pelo samba. Embora tenha lido críticas não muito favoráveis ao disco, acredito que ela tem o direito de, como intérprete, investir em qualquer gênero".
O cantor revela que esteve com ela apenas uma vez. "Em 2006, quando fui homenageado no Prêmio Tim de Música, estive com ela no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Conversamos nos bastidores e ficou no ar a possibilidade de fazermos alguma coisa juntos. Como as agendas dela e minha estão sempre cheias de compromissos, isso ainda não ocorreu. Quem sabe a gente possa dividir uma música do show de Brasília", torce.
Em sua apresentação, Jair fará uma espécie de retrospectiva de carreira. "Vou cantar novos sambas, incluídos no meu LP mais recente, Em branco e preto, como Orquestras populares (Luís Wagner e Bebeu), Madrugada sorriu de novo (Almir Guineto e Gilson de Souza) e Eu vou só (Faet). Mas, no roteiro dos shows, nunca deixo de fora músicas que marcaram minha trajetória de 47 anos, entre as quais Disparada (Théo de Barros e Geraldo Vandré), Pega no ganzê (Zuzuca), Tristeza (Niltinho Tristeza), Triste madrugada (Jorge Costa) e, claro Deixa isso pra lá (Alberto Paz e Edson Menezes), considerado precursor do rap".
Jair Rodrigues tem uma ligação antiga com os Demônios da Garoa. O cantor já dividiu o palco com o conjunto paulistano inúmeras vezes. Recentemente, ele participou, ao lado de Zeca Pagodinho, Benito de Paula, Lecy Brandão e Fundo de Quinta,l do Amigos, álbum lançado pelo grupo no primeiro semestre. "O Jair é um grande amigo nosso e vai ser uma satisfação muito grande voltar a estar com ele num mesmo evento", disse Simbat, que é um dos vocalista e toca violão de seis cordas.
Da nova formação dos Demônios da Garoa, além de Simbat, fazem parte Sérgio Rosa (pandeiro e vocal), Isael Caldeira (timba e vocal) e Roberto Barbosa, o Canhoto (cavaquinho e vocal). Em suas apresentaçõe,s eles contam com três músicos de apoio. "Com 65 anos de vida, os Demônios é o conjunto com mais tempo de atividade. Em 1994, entrou para Guinness, o livro dos recordes"..
Segundo o violonista e vocalista, a atual formação completou 10 anos: "Mesmo com a saída dos antigos integrantes – alguns, como Arnaldo Rosa, pai de Sérgio e um dos fundadores, já morreram –, o conjunto mantém o perfil musical. A estrutura de vocalização é a mesma do grupo original, criado em 1943. Somos fiéis aos nossos antecessores".
No repertório, foram mantidas músicas que marcaram a carreira dos Demônios e a vida de incontáveis fãs por todo o país. Quem for ao show desta noite vai poder apreciar, novamente, ao vivo, clássicos do samba paulistano com a força de As mariposas, Iracema, Saudosa maloca, Samba do Arnesto, Tiro ao Álvaro e, claro, Trem das onze, todos do imortal Adoniran Barbosa.
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