28 de novembro de 2008 - Zero Hora
Maria Rita se encontrou no samba. Ou melhor, no samba, encontrou uma outra Maria Rita, que sobe ao palco com pouca roupa e cabelos longos.
– As pessoas estão percebendo que é um outro momento da minha vida. Não estou posando nua, continuo não saindo em capa de revista, continuo não sendo uma celebridade, tratando a música com respeito. Só aflorou um outro lado meu – explica a cantora.
Se na primeira vez que trouxe o show Samba Meu a Porto Alegre, no ano passado, Maria Rita ainda tinha medo da reação do público diante da sua nova estampa, a cantora que subirá ao palco do Teatro do Bourbon Country hoje, às 21h (leia detalhes na capa do Guia Hagah, encartado nesta edição), já tem certeza de que fez a escolha certa. Depois de vender 125 mil cópias do disco e lançar um DVD do show, Maria Rita vem a Porto Alegre pela terceira vez apresentar o repertório de sambas – amanhã, a festa é em Caxias, no Clube Recreio da Juventude. Por telefone, ela desabafou sobre o receio que permeou o início da empreitada pelo samba e pela nova roupagem:
– Teve um amigo próximo que me disse “eu nunca tinha percebido a sua sensualidade”. Agora é uma coisa mais explícita. Eu não sabia como o público reagiria diante disso, achei que poderia perder público, ser incompreendida. Mas ele compreende que eu sou inquieta, e esse momento foi uma coisa muito pessoal, de me sentir bem comigo mesma, de entender que, por não ser uma pessoa vulgar, eu não estaria vulgarizando a minha música, a minha imagem.
Apesar da aparente ousadia – que poderia representar uma maior exposição pessoal –, Maria Rita garante que nada mudou na sua relação com a mídia e com o mundo da fama. Segue blindada à especulação da sua vida pessoal.
– Isso é fruto da minha criação. Minha família é de artista, não de celebridade. Minha mãe levava muito a sério isso de ser trabalhadora, de ter o ofício. Cresci com o valor de que devemos tudo à música, e não que artista pode tudo.
GABRIEL BRUST
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