E apesar de não haver novidade, há mais material divulgado sobre o show em homenagem aos 100 anos de Cartola, que aconteceu nesta segunda.
Vou colocar tudo ao mesmo tempo, vale a pena verificar cada detalhe!
Vídeo da música "Basta de Clamares Inocência"
Dois textos postados no blog do Mauro Ferreira. Muito bons!
Maria Rita saúda Cartola com tema dado a Elis
Maria Rita protagonizou um dos momentos mais emocionantes do show coletivo idealizado em tributo aos 100 anos de Cartola (1908 - 2008) e apresentado na noite de segunda-feira, 13 de outubro de 2008, num Canecão (RJ) lotado.
Já com sua própria identidade delineada no mundo da música, a cantora se permitiu cantar uma música lançada por sua mãe, Elis Regina (1945 - 1982), e saudou o centenário do grande compositor com uma irretocável interpretação de Basta de Clamares Inocência, o samba-canção que Cartola deu a Elis para ser gravado no álbum Essa Mulher, editado pela gravadora Warner Music em 1979.
Com a habitual segurança, Maria Rita defendeu a música num registro vigoroso que mereceu justa ovação da platéia. Exceto num especial produzido pela Rede Globo sobre a vida da Pimentinha, no qual cantou Essa Mulher, Maria Rita nunca havia entoado em público música do repertório de Elis Regina. Seu número honrou Cartola...
____________________
Altos e baixos no show dos 100 anos de Cartola
Beth Carvalho chorou, ajoelhada, ao cantar As Rosas Não Falam em registro pungente. Maria Rita fez número histórico ao se aventurar pelo repertório de sua mãe, Elis Regina (1945 - 1982), e reviver Basta de Clamares Inocência. Emílio Santiago reafirmou a sua técnica impecável com interpretação aveludada de Acontece. Sandra de Sá fez O Mundo É um Moinho girar no toque caloroso de seu canto. Já Alcione, a anfitriã, soltou o vozeirão com muita propriedade em Autonomia.
Contudo, apesar desses cinco bons momentos, o tributo aos 100 anos de Cartola (1908 - 2008) realizado na noite de segunda-feira, 13 de outubro de 2008, no Canecão (RJ) - com renda em benefício do Centro Cultural Cartola - transcorreu morno e começou a engrenar somente na segunda metade. E a desencontrada interpretação de O Sol Nascerá que juntou todos os intérpretes, ao fim, alimentou a sensação de que a sincera homenagem a Cartola poderia ter sido mais bem azeitada - como o número instrumental em que Rildo Hora solou a melodia de Peito Vazio na gaita, com algumas justas liberdades estilísticas.
Aberto pela Orquestra de Violinos Cartola Petrobrás, formada por crianças que tocaram As Rosas Não Falam e O Mundo É um Moinho, o show teve sua primeira parte entremeada por leituras de uma carta fictícia endereçada a Cartola por seu neto. Coube ao ator Flávio Bauraqui - que já encarnou o compositor no teatro e apareceu no palco do Canecão perfeitamente caracterizado como o autor de Sim - ler o texto de cunho biográfico.
Entre uma leitura e outra, os cantores iam entrando no palco para cantar músicas do mestre. Nelson Sargento ainda se saiu bem ao entoar samba cuja letra lírica costurava títulos de várias músicas de Cartola e terminava com um verso ("As rosas não falam, mas podem enfeitar a grande festa da vida") digno das obras dos dois poetas mangueirenses. Contudo, as intervenções de Rosemary (Sala de Recepção, com teclados equivocadamente realçados no arranjo) e Sombrinha (Não Quero Mais Amar a Ninguém), na seqüência, sinalizaram o tom quase burocrático dessa primeira parte do show. Até intérpretes normalmente cheias de vivacidade - casos de Leci Brandão (Corra e Olhe o Céu), Dorina (Tive Sim) e Elba Ramalho (Ensaboa) - não renderam e não contagiaram como de hábito.
Mas o show começou a ganhar vida a partir da entrada de Sandra de Sá, que, mesmo subindo o tom em demasia em algumas partes de O Mundo É um Moinho, injetou forte pulsação no tributo e contagiou a platéia, preparando o terreno para as consagradoras entradas de Emílio Santiago, Maria Rita, Alcione e Beth Carvalho, a intérprete que renovou a popularidade da música de Cartola a partir de sua gravação de As Rosas Não Falam, em 1976. No todo, entretanto, o espetáculo não foi tão bom quanto as intenções de todos os que uniram forças e vozes para saudar Cartola e sua obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário