domingo, 11 de abril de 2010

Maria Rita fecha ciclo luminoso de 'Samba Meu'

11/04/10 - Notas Musicais

Resenha de Show - Segunda Visão
Título: Samba Meu
Artista: Maria Rita (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Citibank Hall (RJ)
Data: 10 de abril de 2010
Cotação: * * * * 1/2

Há shows que desmontam e/ou perdem o viço ao longo de turnê. Samba Meu - o terceiro grande show de Maria Rita - continua inteiro, com a mesma vibração da estreia nacional, ocorrida aos primeiros minutos de 1º de dezembro de 2007, na Fundição Progresso, na mesma cidade do Rio de Janeiro (RJ) para onde o show retornou na noite de ontem, sábado, 10 de abril de 2010. A apresentação no Citibank Hall carioca marca o início do fim da turnê nacional de Samba Meu, que se despede de São Paulo (em 24 de abril, no HSBC Brasil), volta a Porto Alegre (em 30 de abril) e parte em maio para a Europa. Desde sua estreia, o show se revelou vibrante, ensolarado - caloroso, para usar um adjetivo usado pela própria Maria Rita em cena para descrever este ponto luminoso de sua carreira nos palcos. Se o CD Samba Meu (2007) não justificou toda a expectativa da crítica, o show mostrou que tal expectativa é que pode ter sido injusta ou equivocada por fazer supor que Maria Rita cairia no samba com a formalidade que deu o tom senhoril do primeiro (estupendo) CD da cantora. Pois a filha de Elis Regina (1945 - 1982) rompeu de vez o cordão umbilical e foi à cata de um samba jovem como ela. Sem a preocupação de gravar os maiores bambas, Maria Rita cantou o seu samba. Com isso, conquistou de vez o seu público. E foi esse público, animado e majoritariamente jovem, que fez com que Samba Meu se transformasse num dos shows de maior sucesso dos últimos anos, com casas (grandes) invariavelmente lotadas Brasil afora. Na noite de ontem, já senhora desse público, mas com a mesma jovialidade da estreia, Rita reinou em cena. Cantora de extrema segurança, ela deitou e rolou em números como Maria do Socorro (Edu Krieger), Corpitcho (Ronaldo Barcelos e Luis Cláudio Picolé), Pagú (Rita Lee e Zélia Duncan) e Cara Valente (Marcelo Camelo). Caras, bocas e uma voz desde sempre excepcional ratificaram o domínio total do palco. O corpo - ora bem delineado - ajuda a cantora a fazer charme e a dar o recado do seu samba. Com leveza, sem prejuízo da potência vocal. Aliás, quando é preciso contar apenas com o gogó, como na boa versão a capella de Santa Chuva (Marcelo Camelo), improvisada no bis para atender os pedidos feitos pelos fãs via twitter, Maria Rita se confirma grande cantora - a melhor de sua geração no quesito técnica. Enfim, Samba Meu já começa a se despedir dos palcos, após consagradora turnê já perpetuada em DVD editado em setembro de 2008. Resta torcer para que, quaisquer que sejam o conceito e o repertório de seu quarto esperado álbum (ainda sem previsão de lançamento), Maria Rita saiba se manter conectada com o público que, agora, já é todo seu.

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