segunda-feira, 5 de abril de 2010

01.04 - Classificação etária de Samba Meu - Site Oficial

Nos dias 10 (Rio de Janeiro) e 24 (São Paulo) de abril, Maria Rita fará os 2 últimos shows da turnê de "Samba Meu" . Já imaginamos que serão shows emocionantes, pra ficar na memória dos sortudos presentes.

E um detalhe bacana é que crianças entre 08 e 13 anos podem assistir ao show acompanhados dos pais ou responsável legal .

E pra quem ainda não leu, veja aqui o release do DVD, escrito pelo jornalista Marcus Preto.

DVD "Samba Meu"
por Marcus Preto

"Outro dia, fui ver um show de Maria Rita, mas ela não estava. Quer dizer, estava. Estava mais do que nunca, até. Mas não era a mesma de antes. Quase não reconheci naquela figura ensolarada a cantora séria e intensa que conhecia dos dois discos (e temporadas) anteriores. Não que exista algum problema em ser séria ou intensa - tem hora pra sol, tem hora pra lua. Mas é que a dona da voz tinha mudado alguma chave dentro dela. E queria muito que a gente soubesse disso.

Pois bem. Mais até do que o próprio álbum de estúdio que o gerou, o show "Samba Meu" servia pra isso: contar ao mundo que Maria Rita estava outra - e agora também na imagem, não só no som. Exuberante e segura como nunca tinha se mostrado. Ora com o umbigo, ora com as pernas de fora, não deixava ninguém esquecer que música também é feita de sensualidade, sempre foi. Mais ainda quando a pauta é o Samba, o Rio de Janeiro. E eles - a sensualidade, o samba, o Rio - serviam de combustível agora.

Foi com essa gasolina que Maria Rita fez o show, talvez seu melhor até hoje. Parecia ter entendido que a beleza descomunal de seu timbre não tinha mais o impacto da novidade que um dia teve, então era preciso trabalhar em dobro. Talvez por isso ela própria, como sempre, assinava a direção do espetáculo, que também contou com muitas ajudas do cineasta Hugo Prata.

Além do clássico trio de piano (Jota Moraes, também arranjador), baixo (Sylvio Mazzucca) e bateria (Camilo Mariano) que formatou a sonoridade dos trabalhos passados, a malha instrumental de agora ganhava a força de violões (Tuca Alves), cavaquinho e bandolim (Márcio Almeida). E, é claro, de uma azeitada dupla de percussionistas (Nene Brown e Miudinho).

O pano sobe com a voz ecoando sozinha no palco, como que numa oração. Os versos de Rodrigo Bittencourt dão o recado, explicam do que trata o que virá: "O meu samba vai curar teu abandono/ O meu samba vai te acordar do sono/ Meu samba não quer ver você tão triste/ Meu samba vai curar a dor que existe/ Meu samba vai fazer ela dançar...". Os sete músicos atacam e a voz segue carioca, desfiando quase a íntegra do repertório do disco sambista.

É verdade que a "mina" de Sampa também pôde mostrar a cara aqui e ali, nas brechas deixadas pela "garota" carioca. E chegou a solar durante um bloco inteiro - não por acaso, aquele dedicado ao repertório de Maria Rita (2003) e Segundo (2005), discos gravados ainda em tempos paulistanos. Numa tacada só, costurou "Muito Pouco" (Moska), "Pagu" (Rita Lee e Zélia Duncan), "Encontros e Despedidas" (Milton Nascimento e Fernando Brant), "Caminho das Águas" (Rodrigo Maranhão) e "A Festa" (Milton, de novo). O hit "Cara Valente" (Marcelo Camelo) fazia a ponte de volta ao samba, ao Rio. Lá é a casa de Maria Rita, agora.

É importante que esse momento tenha sido registrado. E Hugo Prata soube fazer bem o trabalho. Captou uma cantora quente, fervendo. E uma platéia idem. Conseguiu que o show levado no Vivo Rio em 10 de julho de 2008 contasse uma história. Pra quem, nos dias atuais, não pôde assistir de perto a essa fase de transição de Maria Rita. Ou praqueles que, em tempos futuros, se interessem por entender melhor os passos dados por essa nossa cantora.

Nos dois extras do DVD (que ganhou capa solar de Luciano Cury), entraram o clipe de "Num Corpo Só" (Arlindo Cruz e Picolé), dirigido por Hugo Prata, e uma versão de Maria Rita para o clássico "Não Deixe o Samba Morrer" (Edson e Aluísio). Ficam como o bis.

Ah, e nunca é demais lembrar que os cenários do show foram criados por Zé Carratu, e usam as projeções de Karina Ades, Raquel Falkenbach e Tito Sabatini".

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